Foi aprovada ontem no Senado, por 39 votos a 14, a Lei que permite o aluguel de florestas públicas. Considerada por ambientalistas o principal legado da gestão Luiz Inácio Lula da Silva para a Amazônia, a concessão de florestas públicas para a produção sustentável, prevista em projeto de lei, ainda não entrara em vigor, mas ocorreu um grande passo para a sua validação.
O Projeto de Lei de Gestão de Florestas Públicas prevê a concessão de até 13 milhões de hectares de terras nos primeiros dez anos para a exploração madeireira e outras atividades econômicas. O governo espera que o "aluguel" possa salvar o setor madeireiro, que só na Amazônia gera US$ 2,5 bilhões por ano, mas que chafurda numa crise de legalidade, e ao mesmo tempo ajude a manter de pé 10% da selva – o total de florestas a serem concedidas, que pode chegar a 50 milhões de hectares - gerando renda.
O objetivo real é reduzir a grilagem de terras, um dos mais graves problemas da Amazônia e um dos principais fatores de desmatamento, desenvolver a economia da região de maneira menos predatória e legalizar uma atividade econômica que atua na clandestinidade. Contudo, a aceitação de tal medida não é unanimidade, sendo contestada por diversos ambientalistas, entre eles o geógrafo Aziz Ab´Sáber, e empresários que sustentam a ideia de que o 'aluguel' permitirá que conglomerados internacionais explorem a região, o que para eles colocará em risco a sustentabilidade da região sem resolver os problemas sociais existentes, visto que a maior parte da população estará alijada da participação. Sem entrar do mérito da questão é imprescindível que alguma coisa seja feita para desenvolver economicamente a região amazônica, garantindo o sustento de muitas famílias, se essa é a melhor solução não sei, mas é necessário que alguma coisa seja feita urgentemente. No entanto, uma ressalva deve ser feita, pois confiar que o grande capital preserve a sustentabilidade da floresta e gere melhores condições de vida para a população local é a princípio uma temeridade.
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