O Evangelho de Judas, texto encontrado no Egito no final da década de 1970 e cuja autenticidade foi verificada em abril, dá nova visão sobre o relacionamento entre Jesus e Judas. O evangelho, de 1.700 anos atrás, oferece mais subsídios aos acontecimentos que levaram à crucificação de Jesus.Essa versão foi desprezada pelo primeiro imperador cristão, Constantino, que, em 325, no Concílio de Nicéia, admitiu como relatos verdadeiros da vida de Jesus somente os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.Ao contrário dos evangelhos canônicos, que mostram Jesus como traidor, o manuscrito no idioma copta, dos egípcios cristãos, afirma que Judas agiu a pedido de Jesus ao denunciá-lo. "Podemos considerar um milagre que um texto antigo sobre um tema tão polêmico tenha sido trazido à luz", disse Rodolphe Kasser, um dos coordenadores da equipe que recuperou e traduziu o evangelho. Especialistas analisaram o estilo lingüístico, a escrita antiga a estrutura do texto e compararam-no com outros textos gnósticos do período e certificaram-se do tempo em que foi criado. Sabe-se que o texto original é anterior ao ano de 180, já que um texto do bispo Irineu de Lyon (130-202) já mencionava a existência desse manuscrito. Com o apoio da Fundação Maecenas para Arte Antiga, do Instituto Waitt para o Descobrimento Histórico e da National Geographic Society foi possível, em cinco anos de trabalho, recuperar 95% dos papiros que estavam seriamente danificados. Um programa de computador e diversos especialistas reconstituíram fragmento por fragmento. "Logo que começamos vimos que a decisão de recuperá-lo havia sido a mais acertada", afirmou Kasser. Recentemente foi colocado na internet um material completo sobre o projeto em que constam a transcrição integral do texto em copta, sua tradução para o inglês e as imagens do trabalho de restauro e do manuscrito.
Texto retirado da revista História Viva - http://www2.uol.com.br/historiaviva/
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