Nem a história da guerra do Iraque, nem a imagem que o mundo tem dos EUA (e eles, de si próprios) serão as mesmas, depois de Haditha. Na manhã de 19 de novembro de 2005, praticou-se um massacre, nesta pequena cidade cercada de palmeiras e debruçada às margens do Rio Eufrates. Depois de sofrerem uma baixa, causada por explosão de uma bomba, os soldados da Companhia Kilo, do US Marine Corps decidiram vingar-se contra a população civil.
Vinte e quatro pessoas foram assassinadas a sangue-frio. Nenhuma delas esboçou qualquer gesto que pudesse representar ameaça aos marines. Entre as vítimas estão sete mulheres, três crianças, um bebê de um ano e um ancião cego e aleijado, em sua cadeira de rodas. A vingança prolongou-se por cinco horas, o que exclui a hipótese (igualmente brutal) de um acesso de cólera, provocado pela morte do colega de armas.
Ao invés de punirem a selvageria, os oficiais que comandavam os soldados a acobertaram. Dois relatórios militares criaram versões fantasiosas para os fatos. O primeiro, de autoria dos próprios autores do massacre, atribui as 24 mortes à explosão que matou o soldado (supostas 16 vítimas) e a fictícia “troca de tiros” com “insurgentes” (outras 8). O segundo é mais grave e perturbador. Foi produzido em fevereiro, após surgirem sinais de que os fatos haviam vazado. Um coronel de infantaria deslocou-se a Haditha e fez, durante uma semana, dezenas de entrevistas – inclusive com testemunhas oculares dos crimes. Embora desconstrua a primeira mentira, seu relatório esconde o essencial – os assassinatos. Trata as mortes como... “danos colaterais” da guerra. Ao invés de esclarecer, o documento lança uma terrível pergunta: quantos episódios semelhantes terão sido abafados, no Iraque, ao serem classificados com tal rótulo, cada vez mais freqüente no jargão das guerras “modernas”?
Este é apenas um trecho de uma reportagem publicada pelo Jornal Francês Le Monde Diplomatique. Entretanto, serve de exemplo e ilustração das brutalidades produzidas por esta e tantas outras guerras. Devemos, a partir desses depoimentos e relatos parar para refletir sobre o nosso papel frente a tudo isso. Mesmo distantes devemos denunciar essas brutalidades nos solidarizando com o povo iraquiano.
Texto na integra em -http://diplo.uol.com.br
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